Desmonte das Universidades

Desmonte das Universidades

Quem perde mais com o corte de verbas na UFF?

Mariah França 15 jun 2021, 09:06

Não é de hoje que vigora o projeto de poder de desmonte da educação pública no Brasil. Com a lei orçamentária de 2021, muitas universidades foram prejudicadas. A exemplo, federal fluminense (UFF) foi estrangulada por um intolerável contingenciamento da verba discricionária: um corte equivalente a 19%, ou 32,9 milhões de reais. Nesse ano, a universidade conta com apenas 68,3% do montante dos recursos de 2020, que já era insuficiente para o pleno funcionamento dos serviços. Além do corte, vale ressaltar que 22,7 milhões de reais desse orçamento foram bloqueados pelo Governo Federal. Na prática, esses recursos são insuficientes para o funcionamento da UFF até o final do ano. O contingenciamento ameaça o contrato de serviços terceirizados – como segurança, restaurante e outros – o pagamento das contas essenciais de água, energia, limpeza e manutenções básicas e representa um corte de parte das bolsas estudantis.

O país inteiro sofre as consequências do desmonte da universidade e da educação pública, mas quem perde mais com esse corte orçamentário? Quem são as trabalhadoras e trabalhadores empregados para os serviços terceirizados? Quem são as pessoas que mantêm a universidade viva? Quem são os estudantes que dependem das bolsas? Quem é mais vulnerável ao aumento dos preços dos restaurantes universitários? Com a precariedade da iluminação, jardinagem e manutenções básicas do espaço público, quem fica mais inseguro para circular na universidade? São as pessoas historicamente excluídas do espaço acadêmico. São as mulheres, são as mulheres em vulnerabilidade social, são as pessoas pretas, são as mães, as indígenas, quilombolas, os periféricos, a comunidade lgbtqiap+, são as pessoas com deficiência física. São elas, que puderam entrar na universidade com a conquista recente de políticas públicas inclusivas e de auxílio, as pessoas mais prejudicadas e as estruturalmente expelidas da universidade.

A educação e a universidade representam, antes de tudo, a possibilidade de mudança cultural rumo a um mundo mais igualitário. Representam a possibilidade de emancipação e ascensão àquelas e àqueles que ocupam a base da pirâmide social. Lutamos por elas! É inconcebível nos calar diante desse desmonte viabilizado por esse governo de projeto genocida e misógino em tempos desta gravíssima crise sanitária. Não permitiremos a perda dos direitos que conquistamos na luta! Defenderemos a UFF, a universidade pública e o ensino de qualidade no Brasil. Mantenhamos nós atentas e informadas. A luta das mulheres está à frente da luta contra a desigualdade social! Sigamos juntas!


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