Madres Paralelas
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Madres Paralelas

Silvana Louzada comenta o último filme de Pedro Almodóvar.

Silvana Louzada 24 fev 2022, 14:24

Pedro Almodóvar estreou com Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón, em 1980.


O filme trazia os ingredientes da terceira onda do feminismo: o poder do patriarcado traduzido na violência sexual contra mulheres, a temática sexual tratada a quente, a violência policial com todos os resquícios da ditadura franquista. E, entre tantas outras coisas, o que mais me encanta: a estética punk, que norteava então o feminismo na Europa.
Almodóvar ainda não era Almodóvar, mas já o era. Totalmente.


De lá para cá, de Pepi, Luci, Bom até Madres Paralelas, o caminho foi longo, brilhante e sempre pontuado por trajetórias femininas.


Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos, Tudo Sobre Minha Mãe e a Pele que Habito são uns poucos que ouso citar, de tantos que me impactaram. Como mulher, como mãe, como ser.


Madres Paralelas falou muito mais alto.


Talvez por ser um Almodóvar maduro, que consegue elaborar cinematográfica e filosoficamente de forma mais sofisticada as questões que sempre o permearam.


Talvez porque traga um assunto para mim tão caro como a Guerra Civil Espanhola, tema que me levou a morar na Espanha.


Mas é muito mais. Madres Paralelas fala de maturidade, de juventude, de abuso sexual, de famílias disfuncionais, de maternidade e da sua negação. E da culpa que é imposta à mulher que decide não ser mãe.


Fala muito de nós, mulheres.


Fala de nós, feministas.


Acho que precisamos escutar.


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