A luta feminista precisa seguir no governo Lula!

A luta feminista precisa seguir no governo Lula!

Uma análise do cenário nacional.

Alana Landal e Aneska Souza 7 ago 2023, 13:53

Precisamos superar o sentimento de alívio que a derrota de Bolsonaro gerou e retomar nosso senso de urgência por uma vida melhor e mais digna, por mais segurança, educação, saúde de qualidade e tantas outras coisas que não têm sido pautadas com a prioridade que deveriam diante do estrago deixado pelo governo anterior, evidenciado pelo crescimento do número de estupros (Anuário do Fórum de Segurança Pública).

Lula se elegeu com um programa de defesa dos direitos, mas o que temos visto é um movimento no sentido contrário: tem ficado cada vez mais explícito que o governo Lula tem apostado seu capital político na conciliação de classes com a burguesia. Ao pactuar com Lira, que teve apoio do governo para a sua eleição à presidência da casa e foi quem bancou a aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária, e ceder ministérios para o centrão, como vimos na nomeação de Celso Sabino (União Brasil-PA) para o Ministério do Turismo, o governo vai deixando de lado os interesses da classe trabalhadora. As reformas econômicas defendidas por Haddad, e aprovadas, foram vendidas à população como avanços estratégicos mas, na prática, favorecem os bancos, o agro, a mineração, as igrejas, e tantos outros setores que já são beneficiados, seja com imunidade fiscal/taxações diferenciadas, seja priorizando o pagamento da dívida pública ao invés de investimentos em áreas sociais. Os servidores públicos, por exemplo, sentirão o impacto do arcabouço fiscal já que seus cargos e salários estarão à mercê da arrecadação do estado, e é evidente que para as mulheres servidoras o impacto será ainda maior. O novo plano econômico agrada o capital financeiro ao mesmo tempo que coloca em standby as necessidades reais da população brasileira! 

Todas essas questões evidenciam a contradição do atual governo ao se distanciar das pautas de esquerda que defendeu durante sua campanha. A violência sexual e de gênero é uma das pautas mais caras para o movimento feminista e, com a politica economica apresentada pelo governo Lula, torna -se impossível  criar políticas públicas que combatam a violência sexual no país.  Ou até mesmo a reforma tributária, que eles se vangloriam por baixar os juros da cesta básica como se isso fosse resolver uma das questões urgentes do país que é a fome – cerca de 10,1 milhões de pessoas passam fome no Brasil de acordo com a ONU. Nós sabemos que a fome do país só será resolvida com a reforma agrária. 

As reformas que têm sido aprovadas vão atingir direta e negativamente a vida da população mais pobre do país, sobretudo das mulheres. Nós precisamos de um governo de esquerda que combata o neoliberalismo ao invés de ser um agente ativo na conciliação, ou corremos o risco de abrir um novo caminho para a extrema-direita. Para que isso não aconteça, precisamos de ação. Sem mobilização nas ruas, seguiremos reféns de uma política que não suprirá nossas demandas básicas de bem-estar.


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