Como feministas não podemos ficar em silêncio. Como feministas dizemos NÃO ao genocídio na Palestina!
Confira a tradução da declaração internacional feminista em solidariedade ao povo palestino, assinada e apoiada pelo Coletivo Juntas!
Como feministas, não podemos permanecer caladas face ao genocídio em curso de Israel contra Gaza. Não podemos permanecer caladas perante o contínuo bombardeio de civis inocentes e frente à exigência à população palestina do norte de Gaza para que abandonem as suas casas ou, caso contrário, enfrentarão o extermínio. Ao longo dos anos, a catástrofe vivida pelo povo palestino, submetido a um regime de apartheid que se baseia numa política colonial, normalizou-se.
Reconhecemos e partilhamos a dor das famílias cujos entes queridos foram mortos ou feitos reféns e condenamos os ataques do Hamas contra civis israelenses. Ao mesmo tempo, repudiamos veementemente o princípio da punição coletiva que, ao penalizar as pessoas por ações pelas quais não são responsáveis, é absolutamente imoral e foi condenado pelo direito internacional (ver artigo 3º da Convenção de Genebra) e até pelos escritos religiosos. Rejeitamos também o “apoio incondicional” dos Estados Unidos, expresso pelo Presidente Joe Biden, às ações de guerra de Israel, e aos Estados europeus que apoiam este genocídio em curso. Com estas ações buscam justificar a natureza colonial das suas políticas e toleram, e até permitem, o apoio a novas atrocidades e violações dos direitos humanos na região.
Como indivíduos e comunidades empenhadas na construção de uma sociedade que promova a justiça social e o valor da vida humana, devemos exigir o fim imediato do cerco, e também o fim da ocupação ilegal e do regime criminoso de apartheid ao qual o povo palestino tem sido submetido, condenado em seu próprio país pelo governo de Israel e com o consentimento de organizações internacionais, cujo objetivo deveria ser garantir o respeito pelos direitos humanos. Em Gaza, toda uma população tem sido privada dos seus direitos mais básicos (sem água, sem eletricidade, sem comida) e forçada a viver em sua terra ancestral, num estado que foi definido como “uma prisão ao ar livre”. Na Faixa de Gaza, a população convive diariamente com ameaças de violência e expulsões, intensificadas nos últimos tempos com a aprovação de novos assentamentos e assassinatos diários pela polícia.
Fazemos um apelo internacional às feministas para que se juntem às ações de solidariedade às reivindicações do povo palestino que ocorrem em diferentes países do mundo, e para as promoverem onde elas não estão ocorrendo; ouvir, dar espaço e solidariedade às vozes das feministas palestinas que hoje, assim como ontem, resistem. Apelamos também às feministas em Israel para que pressionem o governo para acabar com esta destruição planejada das vidas palestinas e para que trabalhem nas suas comunidades para convencer as famílias e os vizinhos de que a continuação do cerco militar a Gaza só trará mais insegurança e derramamento de sangue.
Devemos insistir que o princípio da “punição coletiva”, tão odiosamente implementado pelos nazistas nos países que ocuparam, seja firmemente condenado e exigir que o cerco a Gaza seja interrompido imediatamente. Que acabem todas as ocupações e assentamentos ilegais, pois são as causas fundamentais da violência. Que a Palestina seja livre, pois esta é a única forma em que todas/todos/todes podemos ser livres.
Confira neste link as primeiras assinaturas e assine você também!