Por uma Universidade Feminista!

Contribuição do Juntas! à tese “Ainda é pouco, eu quero mais!” para o 59° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Tem idéias para transformar a universidade?

Por que lutamos?

A universidade não foi pensada por e para mulheres, contudo, nossa presença nas instituições de ensino superior como um todo é cada vez mais significativa e é fruto da luta histórica das feministas. Não só estamos presentes, como conseguimos avançar na produção de conhecimento e combater a reprodução de falácias machistas e racistas, outrora vistas como ciência. São as mulheres e as meninas que historicamente estão à frente da luta pela educação e na resistência ao desmonte da educação no governo Bolsonaro não foi diferente! Mesmo com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o projeto privatista de educação segue em curso e, nas universidades, os cursos de licenciatura são majoritariamente ocupados por nós, assim, o debate sobre a Reforma do Ensino Médio, por exemplo, nos atravessa de forma direta, portanto, seguiremos na linha de frente!

Lutamos em diversas frentes POR MAIS MULHERES NAS CIÊNCIAS, CONTRA O ASSÉDIO NAS UNIVERSIDADES, PELO INGRESSO E PERMANÊNCIA das nossas nas Universidades Públicas, por cursos com MULHERES NOS CURRÍCULOS e contra a evasão de mulheres e meninas das escolas e universidades por falta de políticas públicas adequadas.

Violência contra as mulheres no ambiente acadêmico

Somos assediadas, estupradas e mortas em cada semestre letivo. A nossa contribuição para o CONUNE deste ano é para nos manter vivas! Somos violentadas, revitimizadas e deslegitimadas quando denunciamos. Precisamos pautar segurança nos campi das universidades do país e isso exige estudo, profissionais capacitados e vontade política para colocar em prática propostas de de promoção tratamento humanizado por parte da segurança das universidades, de melhoria na ILUMINAÇÃO DOS ESPAÇOS nos campi, na CIRCULAÇÃO E FLUXO DE PESSOAS. Também queremos pautar um PROTOCOLO CONTRA OS ASSÉDIOS, reivindicando órgãos específicos para esse tipo de denúncia nas universidades com representação discente nas comissões de apuração dos casos. Nesse sentido, elaboramos o projeto de lei 2825/22 apresentado pelas nossas companheiras que hoje cumprem a função de parlamentar.

Trabalho do cuidado – mais mães nas Universidades

Para a permanência das mulheres no ensino superior, precisamos garantir os direitos reprodutivos das mulheres da comunidade acadêmica. Portanto, para as mães, precisamos de CRECHES nos campi, com vagas para dependentes de todas as mulheres da comunidade acadêmica que precisarem, além de FRALDÁRIOS nos banheiros femininos e masculinos dos campi. Também precisamos batalhar por resoluções que garantam a FLEXIBILIZAÇÃO DE HORÁRIOS, PRAZOS E FALTAS para gestantes, pessoas com dependentes menores de 5 anos, puérperas e adotantes além de programas de fortalecimento da rede de apoio ao cuidado nas universidades.

Somos muitas e somos diversas

A análise política para garantir a permanência de mulheres negras, quilombolas e indígenas nas universidades precisa ser necessariamente interseccional. Raça, classe e gênero se relacionam diretamente com a nossa estada na universidade. Por isso, o debate da prioridade orçamentária para assistência estudantil é tão fundamental. Para as estudantes com deficiência é preciso que exista, além de acessibilidade dos espaços físicos, formações anti capacitistas tanto para os professores, quanto para os servidores e discentes. Nesse sentido, a lei de cotas segue imprescindível para a ocupação da universidade por pessoas diversas, mas ela ainda é limitada, e a luta pelas cotas para pessoas trans em todas as universidades é cada vez mais urgente, assim como a necessidade de garantia de permanência das estudantes na universidade.

Feministas nas ruas contra os fascistas

Derrotamos Bolsonaro nas urnas, mas o fascismo segue nas ruas e dentro das universidades. NÃO PODEMOS RECUAR. Dito isso, é fundamental que a luta feminista marxista esteja alinha com a realidade concreta das mulheres brasileiras, é nosso dever ocupar as universidades com intervenções físicas e culturais colocando em pauta uma política acima de tudo independente, em que o movimento feminista e o movimento estudantil possam, juntos, conseguir concretizar de fato uma universidade antifascista e anticapitalista. Somos como as sementes de Marielle que pediremos por justiça e punição para os golpistas!

Cola com a gente:
O nosso compromisso é para ROMPER COM A SAZONALIDADE DA LUTA DAS MULHERES. O papel das mulheres nas universidades é decisivo para a ocupação e permanência no mundo acadêmico e para a subversão do modelo educacional neoliberal de exclusão.

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Por uma Universidade Feminista!
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